A Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Norte, através do Núcleo de Defesa da Saúde (Nudesa), participou, nesta quinta-feira (14), de uma audiência pública na Assembleia Legislativa referente ao “Setembro Dourado”. A campanha tem por objetivo a conscientização a respeito do diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil.
O debate teve como foco a relevância da divulgação dos sinais e sintomas da doença, do monitoramento constante dos pais ou responsáveis pelas crianças, bem como da união de esforços dos setores da sociedade envolvidos no combate à enfermidade. “No Brasil, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença, sendo 8% do total, entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos”, explicou o deputado Hermano Moraes, propositor da audiência.
Segundo o doutor Wilson Medeiros Filho, coordenador de Oncologia do Hospital Varela Santiago, a chave para uma maior chance de cura é o diagnóstico precoce, que fornece uma melhoria mais rápida, com mais qualidade e menos dolorosa. “A criança que chega com diagnóstico precoce, em quatro ou cinco dias está em casa. Já a que chega tardiamente, nesse mesmo tempo, está na UTI, recebendo um tratamento muito mais doloroso”, informou Wilson.
A defensora pública Fabrícia Gaudêncio, coordenadora do Núcleo Especializado de Defesa da Saúde da Defensoria Pública Estadual, falou da importância da aproximação da Defensoria com a sociedade e, principalmente, com os grupos mais vulneráveis, a exemplo dos familiares e pacientes portadores de câncer. “Nossas parcerias buscam evitar ao máximo a judicialização das questões de saúde, mas, se for preciso, iremos apoiar a via judicial, sim. O que não pode é o paciente não receber seu atendimento e tratamento adequados”, enfatizou a coordenadora.
Segundo o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONACC) e da Casa Durval Paiva, Rilder Campos, ao longo de vinte anos, as casas de apoio e os tratamentos melhoraram muito, mas ainda não há sucesso suficiente em termos de cura. “É preciso dividir a responsabilidade entre todos, pois o câncer é democrático, não escolhe raça, classe nem crença”, complementou.
Ao fim da Audiência Pública, a defensora Fabrícia Gaudência externou ao presidente do CONACC a intenção da instituição de aderir as ações da campanha em seus espaços físicos e mídias digitais.